93 % dos nutricionistas em Portugal concordam: alternativas vegetais aos laticínios podem fazer parte de uma alimentação saudável, mas apelam a uma orientação mais clara | Eufic

93 % dos nutricionistas em Portugal concordam: alternativas vegetais aos laticínios podem fazer parte de uma alimentação saudável, mas apelam a uma orientação mais clara

Last Updated : 12 June 2025
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    Bruxelas, 12 de junho 2025 - Um novo inquérito realizado pelo Conselho Europeu de Informação Alimentar (EUFIC) mostra um forte e crescente apoio dos profissionais de nutrição em Portugal às alternativas vegetais aos laticínios, tais como bebidas vegetais e alternativas vegetais ao iogurte, por exemplo, soja, aveia, frutos oleaginosos, arroz ou coco. Com 93% dos profissionais inquiridos a concordar que estas alternativas de base vegetal podem fazer parte de uma dieta saudável. Adicionalmente, 76% apoiam a inclusão de alternativas vegetais aos laticínios nas diretrizes alimentares e recomendações nutricionais nacionais. Dos que apoiam a sua inclusão, 62% são a favor da inclusão apenas das alternativas vegetais aos laticínios fortificados com micronutrientes.

    À medida que o interesse por uma alimentação de base vegetal continua a aumentar em Portugal e em toda a Europa, a compreensão da forma como as alternativas vegetais aos laticínios contribui para uma dieta saudável e sustentável está a tornar-se cada vez mais relevante, tanto para os consumidores como para os profissionais de saúde. Embora o apoio seja significativo, as perceções diferem no que diz respeito ao valor nutricional das alternativas vegetais aos laticínios, ao seu papel específico na dieta, ao impacto ambiental e ao nível de processamento, destacando a importância de uma orientação e comunicação mais claras para apoiar recomendações informadas.

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    Principais conclusões do inquérito:

    • Geralmente conscientes dos benefícios para a saúde: A maioria dos especialistas ou profissionais de nutrição concorda que as alternativas vegetais aos laticínios são isentas de lactose (94%) e colesterol (60%) e reconhece que o seu valor nutricional depende do tipo de planta utilizada (90%).
    • A fortificação é vista como essencial: 96% dos profissionais de nutrição consideram que as alternativas vegetais aos laticínios devem ser fortificadas com vitaminas e/ou minerais, o que demonstra que o forte apoio a estes produtos depende da sua fortificação.
    • A comparação nutricional com os laticínios varia: Enquanto a maioria (66%) considera as alternativas vegetais nutricionalmente equivalentes aos laticínios, particularmente quando fortificadas, alguns consideram-nas como inferiores (23%) ou superiores (9%), ou não sabem (2%).
    • Recomendações orientadas pela saúde, diversidade e preferências sensoriais: 40% dos profissionais de nutrição recomendariam alternativas vegetais aos laticínios para aumentar a diversidade da dieta ou para acomodar as preferências de sabor e textura. No entanto, a maioria dos especialistas cita o controlo da intolerância à lactose ou das alergias aos laticínios (96%), ou a adaptação a dietas veganas e de base vegetal (86%) como principais razões.
    • O respeito pelo ambiente é importante: Um terço (32%) dos inquiridos acredita que as alternativas vegetais aos laticínios são mais sustentáveis do que os laticínios - e os que têm esta opinião são mais propensos a apoiar a inclusão destes produtos nas diretrizes alimentares e recomendações nutricionais nacionais.
    • Perceções em torno do preço e do sabor: Embora a maioria dos profissionais de nutrição reconheça os benefícios para a saúde das alternativas vegetais aos laticínios, muitos (68%) acreditam que são mais caras do que os laticínios. As opiniões sobre o sabor são mistas, com 41% a discordar da afirmação de que as alternativas vegetais são menos saborosas do que os laticínios.
    • Lacunas de conhecimento: As percepções das alternativas vegetais aos laticínios variam muito no que diz respeito ao valor nutricional, ao processamento, ao impacto ambiental e à fortificação, destacando a necessidade de uma informação mais clara. Por exemplo, embora 80%1das alternativas vegetais aos laticínios no mercado português sejam fortificadas com micronutrientes essenciais, como o cálcio e a vitamina D, os profissionais de nutrição inquiridos consideram que em média 52% das alternativas vegetais aos laticínios são fortificadas, com estimativas que variam entre 20% e 100%.

    Um apelo a orientações mais claras

    Os consumidores procuram cada vez mais opções de origem vegetal que promovam tanto a saúde como a sustentabilidade. Estes resultados mostram que os nutricionistas acompanham esta mudança, mas também sublinham a necessidade de fornecer informação clara e baseada em evidência para orientar as escolhas alimentares do dia a dia.

    Dra. Katerina Palascha, Investigadora Principal do EUFIC

    Este inquérito indica que as perceções sobre o nível de fortificação das alternativas vegetais em Portugal, o seu valor nutricional em comparação com os laticínios e o consumo individual influenciam significativamente as atitudes dos nutricionistas relativamente à recomendação de alternativas vegetais aos laticínios. Estes resultados destacam a importância de orientações acessíveis e atualizadas para ajudar os consumidores a fazer escolhas informadas e a adotar dietas equilibradas baseadas em evidência científica.

    FIM

    O que são alternativas de base vegetal ?

    As alternativas vegetais aos laticínios, tais como bebidas vegetais e alternativas vegetais ao iogurte, por exemplo, soja, aveia, frutos oleaginosos, arroz ou coco, tornaram-se cada vez mais populares nos últimos anos. São frequentemente utilizados como alternativas aos laticínios e alguns são enriquecidos com nutrientes essenciais para ajudar a satisfazer as necessidades nutricionais diárias.

    Sobre o inquérito

    Este inquérito online, em parceria com a Alpro e conduzido de forma independente pelo Conselho Europeu de Informação Alimentar (EUFIC) no início de 2025, teve como objetivo explorar as perceções, atitudes, conhecimentos e práticas dos nutricionistas em Portugal relativamente às alternativas vegetais aos laticínios. Um total de 139 participantes completou o inquérito, incluindo nutricionistas, académicos e estudantes do último ano de licenciatura ou mestrado em nutrição em Portugal.

    Para mais detalhes, consultar o resumo completo das principais conclusões.

    Para mais informações, contactar:

    Referências

    1 Pimenta, Ana & Correia, Daniela & Carvalho, Catarina & Lopes, Carla & Gomes, Ana & Torres, Duarte. (2022). Analysis of the supply of micronutrient-fortified foods in Portugal. Acta Portuguesa de Nutrição. 29. 10-19. 10.21011/apn.2022.2903.